https://www.youtube.com/watch?v=lbRELnLCLgM
Se pudesse deixar de trabalhar hoje mesmo, mantendo uma reforma ou algum tipo de sustento, aceitava? A maior parte das pessoas provavelmente sim. Mas Felimina Rotundo não. Ela trabalha desde os 15 anos de idade e agora, já com 100 anos, não pensa parar de trabalhar enquanto os seus pés lhe permitirem.
Felimina vive em Buffalo, nos EUA, e gere uma lavandaria onde trabalha das 08h até às 18h, 6 dias por semana.
Dado que a entrevista dada pela própria não tem legendas em português, aqui lhe deixamos uma tradução livre do vídeo:
“E nós estamos a lavar roupa.
Que bom!
Como é que se chama? Como é que ele se chama?
Patrick. [Para o cão] Pára de falar, ele vai tirar a tua fotografia.
Está alguém a ajudá-la a gerir a loja, ou é só a senhora?
Não o ouvi, sou surda.
Há alguém a ajudá-la com a loja, ou é só você hoje?
Hoje? Desde sempre!
Ahah, ok!
Não, o meu marido faleceu há cerca de 19 anos.
Ah lamento, lamento ouvir isso. E a que horas costuma fechar normalmente?
18h.
18h?
Das 8h às 18h.
Das 8h às 18h! Fica aqui o tempo todo, o dia todo?
O que é que eu vou fazer, em casa? Lavar pratos? Ahahah
Disse que o seu neto vem ajudá-la com a roupa? Ele gere outra loja, o seu neto? O seu neto ajuda-a a gerir outras coisas?
Não, o meu filho. Ele tem uma loja, a sua loja em West Ferry, a Rotundo’s.
Ah, estou a ver. Ok.
Sim, o meu filho. [Para o cão] Que é?
Sabe, quando isto era privado, faziam-nos usar camisa, gravata, casaco, calças de caqui. Era elite, sabe? Depois vieram com (???), camisas velhas. Mudou do dia para a noite. Era diferente, diferente, diferente.
Quando é que isso aconteceu? Nos anos 50? (Não ouve) Quando é que isso foi? Nos anos 50, que mudou? Nos anos 60?
À volta de 58, nos anos 50. Nos anos 50 mudou. Se era melhor? Nós tínhamos mais clientes, mas era melhor, era melhor…”
Felimina diz não concordar com a idade da reforma actual, porque não acha bom para as pessoas que fiquem em casa tão novas sem nada para fazer. Na opinião dela, a idade da reforma – se o corpo permitir – deveria ser os 75, porque o trabalho é o que nos mantém activos.
O que é certo é que se trabalharmos naquilo que amamos, não trabalhamos um dia na vida. E ao fazermos o que gostamos, não nos deve custar avançar pelos anos trabalhando, sem sequer sonhar com a reforma.
Utópico? Talvez. Mas inspirador também, não acha?